DOSSIÊ 

 

 

Por Guilherme Maia e Artur Moritz.

 

Dedicado à Lucas Romero e que seu futuro seja o fruto de nossa luta.

Necropolítica é um termo surgido em 2003, foi criado por Achille Mbembe, intelectual camaronense, e, devido à pandemia, ressurgiu como um dínamo e tivemos como observá-lo na prática mundo afora. Pode ser conceituado como a política onde o Poder determina quem vive e quem morre.

O Estado assumindo a necropolítica revela a que ponto a humanidade se deixou levar. Como humanidade nos referimos a todos os seres humanos, ou seja, mesmo residindo em um país como a Suíça, o sujeito não deixa de estar inserido na realidade global.

Com efeito, a decisão de quem morre ou não é um anseio de autoritarismos na nossa História, por vezes impondo biótipos (Terceiro Reich), por outros, classes sociais (Lado de Baixo do Equador). Porém, ao que tudo indica a realidade pandêmica alcança a todos. Por óbvio as condições precárias do Brasil acentuam a contaminação dos pobres, mas de alguma forma essa doença aniquilou três senadores e algumas personalidades classificáveis como “ricas”.

Para um país que ainda tarda a assumir o lema da Revolução Francesa de 1789 e se mantém como protetor de certos cidadãos em detrimento da igualdade, liberdade e fraternidade, o fato de três senadores terem sido vitimados comporta um aviso de necessário cuidado comum para os abastados, os de cima.

Estamos em frente à opção de quem viverá ou não como forma de projeto de poder?

Essa introdução fala do fenômeno amplo da possibilidade da morte como fator político, mas cabe aqui atenção ao in loco e, assim, passamos a abordar o que vem acontecendo em uma cidade serrana do Estado do Rio de Janeiro chamada Moreaupolis – “a cidade de Moreau” (lembranças a H.G.Wells).

Baixe o PDF com o Dossiê completo Necropolitica Serrana Fluminense_por Guilherme Maia.