“Se o Congresso tivesse um pingo de decência esse impeachment seria unânime”.

Por Jessica Corbett

Membros da Câmara, controlada pelos democratas, votaram 232-197 pelo impeachment do presidente, com quatro legisladores que não votaram. Apresentada pelo Dep. David Cicilline (Democrata-R.I.), a resolução aprovada afirma que Trump “se envolveu em crimes e contravenções ao incitar a violência contra o governo dos Estados Unidos”.

Twitter de Josh Dawsey:

“O presidente Trump faz história como o primeiro presidente a sofrer dois processos de impeachment. A votação final é 232-197, com todos os democratas e 10 republicanos votando a favor do impeachment”.

O documento observa que, enquanto os membros do Congresso se reuniam em 06 de janeiro para certificar a vitória do presidente Joe Biden no Colégio Eleitoral, “Trump repetidamente emitiu declarações falsas afirmando que os resultados das eleições presidenciais foram produto de fraude generalizada e não deveriam ser aceitos pelo povo americano nem certificado por funcionários estaduais ou federais”.

Pouco depois do discurso inflamado do presidente em um comício em Washington, DC, uma multidão pró-Trump invadiu o complexo do Capitólio atrasando a certificação da vitória de Biden por várias horas, enquanto legisladores e funcionários do Congresso se escondiam e fugiam para salvar suas vidas. Cinco pessoas – incluindo um oficial da polícia do Capitólio dos Estados Unidos – foram deixadas mortas e dezenas de feridos.

Notavelmente, a presidente da Conferência GOP da Câmara, Liz Cheney (Republicana-Wyoming), filha do ex-vice-presidente Dick Cheney, votou a favor do impeachment de Trump. Alguns membros do Partido Republicano supostamente apoiavam o impeachment, mas, em face das ameaças de morte, temeram as consequências de votar por ele.

Os outros nove republicanos que se juntaram aos democratas para apoiar o impeachment foram os deputados Anthony Gonzalez (Ohio), Jaime Herrera Beutler (Washington), John Katko (NY), Adam Kinzinger (Illinois), Peter Meijer (Michigan), Dan Newhouse (Washington), Tom Rice (S.C.), Fred Upton (Michigan)e David Valadao (Califórnia).

O grupo de defesa Public Citizen tuitou na quarta-feira que “se o Congresso tivesse um pingo de decência, esse impeachment seria unânime”.

A ACLU, União Americana pelas Liberdades Civis, também respondendo no Twitter, declarou que “a responsabilidade não termina aqui”.

Após relatos de que o líder da maioria do Senado, Mitch McConnell (R-Kentucky) apoiava secretamente o impeachment do presidente, o futuro líder da minoria confirmou que não convocaria de maneira precipitada o Senado para realizar um julgamento antes da posse do presidente eleito Joe Biden em 20 de janeiro.

McConnell disse em um comunicado após a votação da Câmara que “acredito que será melhor para o nosso país se o Congresso e o poder executivo passarem os próximos sete dias totalmente focados em facilitar uma posse segura e uma transferência ordenada de poder para o próximo governo Biden.

Em 18 de dezembro de 2019, a Câmara votou amplamente segundo as linhas partidárias para aprovar dois artigos de impeachment apresentados pela maioria democrata – um por abuso de poder e outro por obstrução ao Congresso. Após esse movimento histórico, o Senado controlado pelos republicanos se recusou a condená-lo.


 

Traduzido do inglês por Marcela APS Pedroso / Revisado por Graça Pinheiro

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