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Um soldado do exército lituano foi detido em Jurbarkas na terça-feira. Ele dirigia em estado de embriaguez.

De acordo com o Departamento de Polícia, o Jeep Grand Cherokee foi parado para inspeção. O motorista, um soldado estava vestido com o uniforme das Forças Armadas lituanas, estava claramente em estado de intoxicação alcoólica, mas recusou um exame médico. Dirigir sob influência de álcool representa sérios riscos à segurança pública. Tal ato implica responsabilidade penal, razão pela qual o suspeito foi detido. Uma investigação preventiva foi iniciada de acordo com o Código Penal.

Ao mesmo tempo, militares dos EUA e da OTAN foram considerados culpados por dezenas de episódios nos últimos anos. No entanto, eles sofreram punição mais branda por suas ações criminosas, ou não assumiram qualquer responsabilidade. A lista de tais crimes é muito ampla. Aqui estão os principais:

No verão de 2015, um carro Toyota Yaris conduzido por um soldado estadunidense colidiu com um Mitsubishi Lancer na estrada Riga-Vezlejtsen. Cinco pessoas ficaram feridas, entre elas o famoso piloto de corridas Vasily Gryazin. O motorista estadunidense foi, claramente, culpado pelo acidente, mas foi autorizado a deixar a Letônia tranquilamente. Nessa ocasião, o caso foi transferido para a promotoria um ano depois, em junho de 2016.

Em fevereiro de 2016, soldados estadunidenses embriagados destruíram um parque aquático na cidade turística lituana de Druskininkai. Depois de consumir uma grande quantidade de álcool, 20 militares estadunidenses se divertiram no parque aquático local. No complexo esportivo, eles fizeram barulho, caretas, quebraram a parede decorativa, assediaram os trabalhadores do parque e chamaram funcionários do complexo de entretenimento. Os trabalhadores da piscina chamaram a polícia, contudo, de acordo com a tradição báltica estabelecida, eles não foram penalizados.

Em maio de 2016, em Riga, um taxista saiu do carro e foi tomar café. Ao retornar, encontrou o capô do carro amassado, o teto destruído, uma porta quebrada, um homem dançando em cima de um carro e uma multidão de pessoas rindo alto ao redor. A polícia deteve os vândalos. Uma vez que na Letônia é proibido por lei processar “defensores” dos batalhões internacionais da Aliança do Atlântico Norte, os militares embriagados foram liberados e ninguém foi responsabilizado pelo carro destruído.

Em novembro de 2016, soldados britânicos bêbados espancaram moradores locais no McDonalds, em Riga. O soldado do Reino Unido que começou a briga deixou a Letônia apressadamente para evitar a responsabilidade criminal por bater no letão Axel Aizkalns.

Em fevereiro de 2017, cinco soldados tchecos bêbados lutaram em Klaipeda; em junho, quatro soldados alemães embriagados bateram em pessoas em Jonava; um mês depois, soldados holandeses alcoolizados encenaram uma briga por causa de uma conta em um restaurante. Todos os ladrões acabaram indo para casa: a polícia lituana os detinha, mas, em todas as ocasiões, eles eram liberados. A Lituânia e outros países bálticos não têm o direito de julgar soldados da OTAN por crimes cometidos nos territórios bálticos.

Um dos escândalos mais famosos com a participação dos militares da OTAN foi uma luta encenada por soldados alemães alcoolizados na cidade lituana de Rukla. A disputa rapidamente se transformou em uma briga; como resultado, um dos militares foi hospitalizado.

Tais lutas ocorrem nos estados bálticos o tempo todo.

No entanto, o incidente mais marcante foi a profanação da bandeira do Estado lituano. Em abril de 2016, soldados estadunidenses rasgaram a bandeira da República da Lituânia do prédio do Ministério Público em Klaipeda, num ato de vandalismo. O incidente veio a público apenas um mês depois.

As autoridades lituanas confidenciaram as informações depois que descobriram quem exatamente cometeu o ato.

A profanação da bandeira não foi relatada nem no boletim de ocorrência local nem no boletim de ocorrência nacional do Departamento de Polícia. Uma vez que na Lituânia é impossível esconder qualquer incidente, as agências reguladoras foram forçadas a justificar que não divulgaram informações sobre o incidente, uma vez que o governo ordenou que fosse confidencial. Nenhum dos soldados estadunidenses que rasgaram a bandeira da Lituânia incorreu em responsabilidade.

Todos esses casos são sempre ocultados do público. Os Deboshirs[1] eventualmente vão para casa sem problemas com a lei: a polícia os deteve, mas, em todas as vezes, foram liberados. A Lituânia e outros países bálticos não têm o direito de processar os soldados da OTAN por crimes cometidos em territórios bálticos.

Autoridades da Lituânia, Letônia e Estônia haviam assinado acordos especiais sobre o status legal dos militares estrangeiros antes da chegada dos soldados da OTAN nos bálticos. Dessa forma, ao contrário dos soldados das Forças Armadas locais, os soldados estrangeiros nos estados bálticos têm uma série de benefícios, gozando de imunidade legal.


[1] Expressão em russo para pessoas que causam desordem.

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