Partes do conflito e líderes de alto nível buscam solução pacífica para a violência; secretário-geral alerta para  risco de escalada na região com aumento de participantes externos na situação.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, abriu este domingo a Conferência de Berlim sobre a Líbia pedindo ao mundo para passar de palavras para os atos na busca da solução para o conflito no país.

Para o chefe da ONU, a credibilidade da comunidade de nações “está sendo testada” com a situação. Guterres prometeu dar apoio total aos esforços em prol de progressos concretos no terreno.

Líderes

O discurso de Guterres teve início destacando que o fim da “espiral sem saída” na Líbia era a razão urgente e premente para reunir os líderes presentes na capital da Alemanha.

Na conferência organizada pela chanceler alemã, Angela Merkel, participam o líder do Governo do Acordo Nacional apoiado pela comunidade internacional, Fayez al-Sarraj, e o comandante do Exército Nacional da Líbia, Khalifa Haftar.

 

Várias representantes africanos de alto nível estão entre os líderes de países como Estados Unidos, Rússia, Turquia, Reino Unido, Itália e Emirados Árabes Unidos.

Guterres elogiou a realização da iniciativa com a presença de representantes internacionais para buscar uma solução pacífica para o conflito líbio. Ele lembrou que este processo retoma os esforços que foram iniciados há um ano.

Civis

A escalada da violência em abril passado causou milhares de mortes e ferimentos na capital Trípoli, incluindo centenas de civis. A ONU estima que a situação obrigou mais de 170 mil pessoas a abandonar suas casas.

Somente a maior cidade líbia teve que fechar mais de 220 escolas, colocando cerca de 116 mil crianças fora das salas de aula.

Para o chefe da ONU, esta situação agravou as condições de vida de migrantes e refugiados presos em centros de detenção perto dos locais onde acontecem os combates. Guterres pediu o fim desta situação que considera “terrível”.

O secretário-geral também chamou a atenção para o “um claro risco de escalada” na região marcada pelo envolvimento de um “número crescente de atores externos” do conflito.

Solução militar

Guterres reiterou que não há solução militar na Líbia. Para ele, chegou o momento de “ação imediata e determinante” para impedir uma guerra civil.

O chefe da ONU alertou para as consequências desse possível “pesadelo humanitário” como a ameaça de uma divisão interna permanente. A nível regional seria observado o aumento do terrorismo, do tráfico de pessoas, drogas e armas.

Soluções

Para Guterres, a presença de líderes internacionais no evento era para criar um ambiente internacional favorável para unir os próprios líbios na busca de soluções para o conflito.

O secretário-geral disse que o Comunicado de Berlim prevê princípios essenciais para preservar a paz e segurança internacionais. Entre eles estão soberania, não-interferência e respeito ao direito internacional, incluindo as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

ONU/Abel Kavanagh
Vista aérea de Trípoli, capital da Líbia.

O artigo original pode ser visto aquí