Ao tomar posse, deputadas sinalizaram interesse na presidência de comissões ligadas a esses temas

A ampliação de 6 para 10 no número de deputadas na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), ou 20% das cadeiras, deve conferir maior destaque às pautas relativas aos direitos humanos e, mais especificamente, aos direitos da mulher na atual legislatura. Ao tomar posse na última sexta-feira (1º de fevereiro), algumas parlamentares já manifestaram interesse em presidir duas das principais comissões dedicadas a esses temas na Casa: Direitos da Mulher e Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular.

A deputada Gleide Ângelo (PSB), parlamentar mais votada em Pernambuco, eleita com mais de 412 mil votos, informou que irá pleitear a presidência da Comissão dos Direitos da Mulher. “Quando vejo dez mulheres aqui, é muito pouco. Deveria ser no mínimo metade. Esse aqui (a Alepe) não é um espaço masculino. É um espaço para o povo”, declarou Gleide, que é delegada. Entre suas propostas de campanha estão a criação de programas e projetos de prevenção de enfrentamento à violência doméstica e crimes de preconceito e intolerância; incentivos a programas de qualificação técnica e criação de cooperativas para mulheres; e a ampliação do número de casas de apoio e acolhimento à mulher.

As Juntas, coletivo de cinco mulheres que obteve mais de 39 mil votos, anunciou interesse na presidência da Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular. “Estamos falando com todo mundo que está procurando a gente e sempre dizendo o que a gente quer, que queremos a comissão de Direitos Humanos. E vamos mobilizar para garantir”, afirmou a codeputada Carol Vergolino. Entre as propostas de campanha do coletivo estão a defesa da educação pública, laica e de qualidade; a proteção e o fortalecimento das trabalhadoras e trabalhadores informais; direito à comunicação; direitos LGBT+; e agroecologia e segurança alimentar.

Alessandra Nilo, coordenadora geral da Gestos – Soropositividade, Comunicação e Gênero e uma das cofacilitadoras do Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para Agenda 2030, avalia positivamente o crescimento da bancada feminina na Alepe, mas diz que é preciso avançar mais. “A participação das mulheres no parlamento é um direito que precisa ser exercido. Pernambuco aos poucos começa a avançar, mas ainda de uma forma mais lenta do que o necessário”, comenta.

Em setembro de 2018, a Gestos realizou um debate com candidatos a deputado estadual e federal sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em parceria com a Marco Zero Conteúdo. “Agora, com a posse, precisamos saber até onde vai o comprometimento dos e das parlamentares com o alcance das metas previstas na Agenda 2030”, ressalta Alessandra.

Região – Nos demais estados do Nordeste, houve crescimento da bancada feminina em Alagoas (de 2 para 5 de um total de 27); na Bahia (de 7 para 10 de um total de 63); no Ceará (de 5 para 6 de um total de 46); no Maranhão (de 6 para 8 de um total de 42); na Paraíba (de 3 para 5 de um total de 36); e em Sergipe (de 4 para 6 de um total de 24). No Piauí e no Rio Grande do Norte, as bancadas femininas mantiveram seus tamanhos, sendo quatro no Piauí (de um total de 30) e três no Rio Grande do Norte (de um total de 24).

Com informações da Marco Zero Conteúdo