Mais de três milhões de mulheres formaram uma corrente humana ”Vanitha Mathil” (Muro de Mulheres) de 600 km ininterruptos no estado indiano de Kerala, para defender a justiça de gênero e os valores renascentistas em sociedade.

Em solidariedade, os homens desse estado indiano, ao sul, formaram outra corrente humana paralela à do Muro das Mulheres.

O chamado à mobilização para lutar pela justiça de gênero e pelos direitos das mulheres foi dado por 176 organizações progressistas que apreciam o legado do movimento renascentista no estado governado durante o século passado por reformadores sociais famosos como Narayana Guru e Mahatma Ayyankali.

O governo liderado pela Frente Democrática de Esquerda (LDF) em Kerala e pelo Partido Comunista da Índia (Marxista) elogiaram a organização bem sucedida do evento.

Mais de 100 reuniões públicas foram organizadas emKerala com a participação de pessoas de todas os setores da sociedade, no que foi considerada a maior reunião política na história do território.

No mês passado, no meio da disputa pela peregrinação de mulheres ao Templo de Sabarimala, o principal ministro de Kerala, Pinarayi Vijayan, enviou convites a grupos sociais e foi decidido formar o ‘Muro das Mulheres’ com o objetivo de promover a igualdade de gênero.

O Partido Comunista da Índia (Marxista) considerou abordar os problemas das mulheres como parte da luta de classes dessa organização, informou o portal de opinião News Click.

Um grande número de líderes políticos e culturais, artistas, escritores, personalidades esportivas, líderes espirituais, entre outros, participaram da iniciativa.

A ideia do Muro das Mulheres foi proposta por movimentos progressistas devido a controvérsias relacionadas ao veredicto da Corte Suprema da Índia que destituiu a proibição da entrada de mulheres em idade reprodutiva ao templo de Sabarimala.

Depois desse veredito histórico, as forças de direita em Kerala tentam divulgar agressivamente a discórdia religiosa nos últimos meses. Os grupos reacionários promovem a ideia de que a religião indiana está sob ameaça devido à decisão do Tribunal Supremo.

Frente a essa tentativa de criar um cenário de misogenia, a Frente Democrática de Esquerda (LDF) em Kerala e o Partido Comunista da Índia (Marxista) lançaram uma campanha de base para se aproximar das pessoas e debater sobre este tema, com isso, se desenvolveu o Muro das Mulheres na Índia.

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