Se você fosse preso sem motivo numa festa, você não iria querer saber o motivo? 

A polícia prendeu 159 pessoas na madrugada do dia 7 de abril em uma festa em Santa Cruz no Rio de Janeiro.

A “notícia” divulgada foi de que a polícia tinha acabado com uma festa da milícia. Porém, tratava-se de uma festa aberta, o show foi amplamente divulgado no Facebook e os participantes tinham que pagar para entrar o que põe em dúvida o argumento que era uma festa de milicianos.

O portal de notícias “The Intercept Brasil” publicou esta reportagem revelando a fragilidade da ação policial que prendeu mais de 150 pessoas de forma massiva e sem nenhum tipo de provas. Dentre os presos estava Pablo, por exemplo, um artista de circo, que tem uma viagem a trabalho para a Suíça. Felizmente ele foi liberado após uma forte mobilização social a favor de sua libertação. Porém, outros tantos seguem presos.

O secretário da segurança pública disse em entrevista para a imprensa que a operação teria sido exitosa. Será? Uma operação deste porte dificilmente ocorreria em um evento na zona sul do Rio, em bairros ricos como Copacabana.

Emanuel Queiroz, da Defensoria afirma que prender uma pessoa sem indicar qual foi a conduta criminosa dela é ilegal.

  “Ninguém pode ser preso simplesmente por estar em uma festa. Era um evento público com cobrança de ingresso. A pessoa tem que saber por que está presa”, afirma Queiroz.

     Segundo a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, um documento da Polícia Civil informa que 139 dos 159 homens que foram presos não eram alvo de nenhuma investigação.  O mesmo relatório também informa que não há inquéritos policiais em andamento contra eles.

Ao que tudo indica, se trata mais de um troféu para a imprensa ter o que noticiar e assim justificar a caríssima intervenção militar no Rio de Janeiro.

*Imagem – Divulgação