Bogotá, 2 mai (Prensa Latina) O Exército de Libertação Nacional (ELN) rechaçou hoje qualquer condicionamento para o início de diálogos formais com o Governo colombiano, reuniões acordadas previamente em busca de uma paz completa depois de meio século de conflito.

Cada uma das partes temos muitos motivos para pôr condições, mas fazer isso é ir contra o referido processo (encaminhado a finalizar a guerra), afirmou o chefe do ELN, Nicolás Rodríguez, em uma entrevista difundida nesta segunda-feira por esse movimento.

O presidente Juan Manuel Santos tem reiterado sua decisão de adiar o início de tais diálogos oficiais até que esse agrupamento liberte todas as pessoas retidas.

Se nos colocamos de acordo em uma agenda, o sensato é assumi-la como está acordada; estaria tudo bem se pedíssemos que libertassem os guerrilheiros presos nos cárceres em situações desumanas e morrendo por falta de atenção médica do Estado? – perguntou o líder do grupo rebelde.

No último dia 30 de março representantes governamentais e do ELN anunciaram em Caracas sua decisão de começar encontros públicos no Equador, em data ainda a ser definida, e depois em outras nações (Chile, Cuba, Venezuela e Brasil), garantidores junto com Noruega.

Todos esses países têm desempenhado um papel importante em mais de dois anos de diálogos discretos, recordou Rodríguez em declarações ao jornal basco Gara, publicadas nesta segunda-feira na página digital http://www.eln-voces.com/.

Temos claro – acrescentou – que o processo colombiano é parte da luta dos povos do continente pela paz; no caso particular da Venezuela ninguém pode ignorar que tem se empenhado nesta causa desde os tempos do presidente (Hugo Rafael) Chávez e agora (Nicolás) Maduro.

Desde 2012 porta-vozes do Governo e das também insurgentes Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP) dialogam em Cuba para encontrar uma solução acordada para a guerra, ciclos que poderão concluir satisfatoriamente nos próximos meses.

Analistas, políticos, ativistas, religiosos e defensores de direitos humanos insistem que sem o ELN, segunda guerrilha em importância do país, a paz da Colômbia será incompleta.

O conflito já ocasionou a morte de 300 mil pessoas, enquanto 6 milhões permanecem deslocadas de seus lugares de origem e pelo menos 45 mil estão desaparecidas.

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