Conselho de Segurança aprova resolução que cria missão de observadores internacionais para inspecionar processo de cessar-fogo e desarmamento de conflito colombiano. Medida foi solicitada por governo e rebeldes.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta segunda-feira (25/01) a resolução que prevê a criação de uma missão diplomática de observadores internacionais para monitorar o fim do conflito armado na Colômbia e o desarmamento dos guerrilheiros.

A resolução foi aprovada por unanimidade e estabelece a criação de uma missão para monitorar o cessar-fogo e o fim das hostilidades. Ela terá um prazo inicial de 12 meses, com possibilidade de extensão. Cabe agora ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apresentar recomendações detalhadas para que o conselho possa aprová-las dentro de 30 dias após a assinatura do acordo de paz.

“Esse mandato concreto do Conselho de Segurança beneficiará todos colombianos e contribuirá para construir a confiança em um país determinado a superar as consequências de um conflito de décadas que causou muito sofrimento para gerações”, afirmou a ministra colombiana do Exterior, Maria Angela Holguin.

Tanto o governo colombiano, quanto as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) solicitaram o auxílio das Nações Unidas para monitorar o cumprimento do acordo de paz que poderá por fim ao conflito armado mais longo da América Latina.

A disposição dos rebeldes em apresentar uma solicitação em conjunto com o governo é um sinal de avanço, em um momento, no qual ambos os lados buscam alcançar um acordo de paz abrangente.

As duas partes dialogam há três anos em Havana para terminar com um conflito interno que já dura mais de 50 anos e deixou mais de 220 mil mortos e milhões de deslocados. Elas prometeram chegar a um acordo até 23 de março.

Desde que se iniciaram as conversações, em novembro de 2012, as partes já conseguiram fechar quatro dos seis capítulos que compõem a agenda do processo de paz: reforma agrária, participação política; drogas e narcotráfico; e reparação, verdade e justiça para as vítimas do conflito. O desarmamento e o mecanismo pelo qual o acordo final será ratificado ainda permanecem em aberto.

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