O Brasil sediará, nos dias 15 e 16 de julho, a VI Cúpula dos Brics. O evento que acontece em Fortaleza é a segunda cúpula ocorrida no País e abre um novo ciclo; a cada ano um dos países do grupo sedia a reunião.

O Subsecretário-Geral Político do Ministério das Relações Exteriores, Embaixador José Alfredo Graça Lima, explica as vantagens de uma reunião não institucionalizada dos países.

“O agrupamento Brics é uma novidade dentro dessa nova ordem que está se montando desde 2009. Com a crise econômica global, os Brics apareceram primeiro como acrônimo, um simples acrônimo, uma ideia que acabou resultando, acabou implicando, na necessidade desses cinco países com grande território, com população vasta e com desafios em comum, se juntarem para poder constituir, como de fato está acontecendo depois de cinco cúpulas, num ator com representatividade, com legitimidade e com propostas novas e construtivas, inclusivas. Esse baixo grau de institucionalidade que o Brics tem, no fundo, é uma vantagem que permitiria aos lideres dos cinco países uma grande liberdade para poder, instigados por suas políticas de melhor distribuição da renda com foco no aspecto social do crescimento, poder se coordenar e se consultar. É um mundo que vai se está tornando cada vez mais interdependente e em que, os países, esses, têm uma história para contar e que tem, talvez, quem sabe, até um exemplo a ser seguido”, explica Graça Lima.

O tema desta sexta cúpula será “Brics – crescimento inclusivo: soluções sustentáveis”. O embaixador explicou ontem, no Centro Aberto de Mídia do Rio de Janeiro, o debate quer ocorrerá na VI Cúpula dos Brics, em Fortaleza.

“O foco da participação do Brics está na responsabilidade em uma ordem mais justa, não para ter mais poder. Nos dias de hoje não é importante apenas crescer, é preciso crescer com melhor distribuição da renda, e é disso que estamos justamente tratando na 6ª Cúpula do Brics”, pontuou.

Entenda o que são os Brics
A ideia dos Brics foi formulada pelo economista-chefe da Goldman Sachs, Jim O’Neil, em estudo de 2001, intitulado “Building Better Global Economic Brics”. Fixou-se como categoria da análise nos meios econômico-financeiros, empresariais, acadêmicos e de comunicação. Em 2006, o conceito deu origem a agrupamento, propriamente dito, incorporado à política externa de Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2011, por ocasião da III Cúpula, a África do Sul passou a fazer parte do agrupamento, que adotou a sigla Brics.

Em síntese, o Brics abre para seus cinco membros espaço para diálogo, identificação de convergências e acordos em relação a diversos temas; e ampliação de contatos e cooperação em setores específicos.