Quito, 21 ago (Prensa Latina) O presidente de Equador, Rafael Corrêa, fustigou a politização da decisão tomada para explorar os recursos petroleiros do parque do Yasun.

Durante um programa transmitido por várias televisoras nacionais e internacionais, Corrêa reiterou que o parque será afetado minimamente, pois será explorado em 1/1000 de seu espaço, que abarca cerca de um milhão hectares.

Rechaçou as posturas de extremas para tratar de derrotar o governo da Revolução Cidadã, que na atualidade tem mais de 80 por cento de apoio, com um tema de alta sensibilidade por ser este um plano emblemático e inovador.

Referiu que para as plataformas a serem realizadas serão devastados 500 hectares de bosques, na atualidade se perdem 400 hectares diários por devastação ilegal, a qual não se pode controlar por falta de recursos.

Corrêa recordou que com a exploração petroleira que está prevista a obtenção de 18 bilhões de dólares, os quais servirão para a luta contra a miséria.

A meta do Milênio de diminuir a desnutrição infantil não a atingiremos, neste ano por não ter água potável, apontou e mencionou que no Equador existem doenças da miséria, como diarreias e dengue por não ter serviços básicos, “se trata de fazer o correto com urgência”, expressou.

A decisão de dissolver a iniciativa ambientalista surgida em 2007 foi determinada por Corrêa na passada semana, a respeito considerou que “não é apressada, esperamos seis anos” e não houve resposta da comunidade internacional, nem corresponsabilidade.

Ao ser interrogado sobre uma opinião emitida da Alemanha, o mandatário questionou a solvência moral da Europa, pois não conserva selvas nem povos originários.

Informou que o Equador recusou unilateralmente o convênio assinado com Alemanha por 34 milhões de dólares, entregue à iniciativa sob as pressões do parlamento.

Declarou que ordenou que o dinheiro seja devolvido integralmente.

O Chefe de Estado confirmou as garantias para causar o menor impacto meio ambiental a essa reserva da Amazônia, ao mesmo tempo afirmou que se se deseja uma consulta para determinar a exploração do Yasuní que sejam recolhidas as assinaturas necessárias, mais de 500 mil.

Alertou às novas gerações para que evitem as manipulações, sejamos centrados, disse, e acrescentou que a pobreza é o maior atentado aos direitos humanos.

O maior avanço da iniciativa Yasuní-ITT foi acordar a consciência ambiental, reconheceu.

Sobre a campanha desatada pela multinacional Chevron contra Equador, indicou que essa empresa gasta 400 milhões de dólares para desprestigiar o governo desta nação e paga cerca de 900 advogados.

Lutaram para trazer o julgamento ao Equador e perderam diante das comunidades indígenas que acusaram à petroleira pelos danos à vida e ao meio ambiente das regiões onde estiveram presentes, recordou.

Acrescentou que agora se dedicam a dizer o contrário, nos Estados Unidos nos fazem em pedaços, mas aqui na América Latina nos conhecem e nos admiram e diremos toda a verdade, pois atuam para evadir a responsabilidade de pagar os 19 bilhões de dólares e ressarcir o dano causado.