Nova York – Os peritos da Organização das Nações Unidas (ONU) não vão tirar conclusões sobre o uso de armas químicas na Síria antes do resultado das análises laboratoriais. A informação é do porta-voz da ONU, Martin Nesirky. Segundo o porta-voz, os peritos vão apresentar resultados de forma imparcial e crível.

Os inspetores da ONU deixaram hoje (31) a Síria depois de uma missão no país. Eles visitaram os arredores de Damasco para recolher vestígios de um eventual uso de armas químicas.

“Não podemos ainda estabelecer um calendário” para as conclusões, disse Martin Nesirky, após reunião do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, e da alta representante da ONU para o Desarmamento, Angela Kane, que também esteve na Síria.

A oposição síria e vários países ocidentais acusam o regime de Bashar Al Assad de utilizar gás tóxico em um ataque ocorrido há dez dias, nos arredores de Damasco, provocando a morte de centenas de pessoas. O regime sírio nega as acusações.

A equipe da ONU, formada por 13 inspetores, fará um relatório sobre o que apurou na Síria e, se for necessário, o secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, poderá informar, neste fim de semana, o Conselho de Segurança sobre os resultados da investigação.

Os dados e informações que os inspetores começaram a recolher segunda-feira (26) baseiam-se “não só em amostras [físicas], mas também em entrevistas com testemunhas”, e vão permitir construir “uma narrativa baseada em fatos” para tentar reconstituir o que de fato ocorreu no dia 21 de agosto, disse na quinta-feira (29) o porta-voz da ONU, Farhan Haq.

Segundo números dos serviços secretos dos Estados Unidos, divulgados sexta-feira (30) pelo secretário de Estado John Kerry, o ataque com armas químicas causou a morte de 1.429 pessoas, incluindo 426 crianças.