Pyongyang afirmou que levará a julgamento norte-americano preso em novembro, acusando-o de querer derrubar o regime. Réu pode ser condenado à pena de morte. Anúncio é feito em meio a tensões crescentes na região.

A Coreia do Norte divulgou neste sábado (27/04) que vai levar o cidadão dos EUA Pae Jun-Ho a julgamento, acusando-o de tentar derrubar o regime comunista. O anúncio é feito em meio a tensões crescentes entre Pyongyang e o Ocidente.

A agência de notícias oficial da Coreia do Norte, a KCNA, afirmou que o norte-americano se confessou culpado e que em breve deverá ser levado a julgamento no Supremo Tribunal. Segundo analistas, ele pode, na pior das hipóteses, ser condenado à pena de morte.

Pae foi preso no início de novembro passado, quando chegava à cidade portuária de Rason. A mídia sul-coreana o identificou como um operador de turismo de 44 anos de idade, de ascendência coreana, que acompanhava cinco turistas numa viagem através da Coreia do Norte. Ainda segundo a imprensa da Coreia do Sul, um deles levaria consigo um disco rígido de computador, contendo informações sigilosas. Pae seria, provavelmente, o nome coreano de Kenneth Bae, o qual, de acordo com a mídia dos EUA, tinha conexões com um movimento de cristãos protestantes.

Liberdade após negociações

Nos últimos anos, vários cidadãos estadunidenses foram presos na Coreia do Norte, tendo sido libertados após negociações com autoridades dos EUA. Num caso recente, o ex-presidente Jimmy Carter viajou ao país asiático em 2010, onde obteve a libertação de Aijalom Mali Gomes, condenada a oito anos de trabalhos forçados por ter supostamente entrado de forma ilegal na Coreia do Norte. Um ano antes, o ex-presidente Bill Clinton tinha conseguido libertar, em missão semelhante, duas jornalistas, também presas, acusadas de cruzar ilegalmente a fronteira.

Nas últimas semanas, o conflito entre as duas Coreias se tem se acirrado. O regime de Pyongyang cortou todas as conexões de emergência com Seul e fechou o parque industrial de Kaesong, projeto desenvolvido conjuntamente pelos dois governos. O país comunista também provocou a comunidade internacional com lançamentos de mísseis e testes nucleares, e ameaçou a Coreia do Sul e os Estados Unidos com um ataque nuclear.

Fonte: Deutsche Welle

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