Deficiente motor, foi um pioneiro na música clássica que dirigiu a Filarmónica de Nova Iorque, a Sinfónica do Oregon e trabalhou com a conceituada escola de artes nova-iorquina Juilliard.

O maestro James DePreist, de 76 anos, morreu no passado dia 8 na sua casa, em Scottsdale, nos Estados Unidos, devido a complicações surgidas depois de um ataque cardíaco em Março de 2012, confirmou o seu agente. Nascido em Filadélfia em 1936, viria ainda cedo a afirmar-se como maestro de orquestras de alto nível, algo que ainda hoje é uma raridade para um afro-americano.

Outra raridade era o facto de dirigir as orquestras a partir de uma cadeira de rodas motorizada, mantendo-se uma figura imponente quando em palco com a Filarmónica de Nova Iorque ou com a Sinfónica do Oregon, ou ainda na companhia dos estudantes da Juilliard School, onde foi o director dos estudos para maestros e orquestras durante sete anos.

Paralisado das duas pernas devido à poliomielite contraída em 1962, viria dois anos mais tarde a ganhar a medalha de ouro num concurso internacional de maestro de orquestras e em 1965 tornou-se assistente de maestro na Filarmónica de Nova Iorque. Apesar de ser visto como um modelo pelos afro-americanos, tinha relutância em ser olhado dessa forma. Preferia ser reconhecido apenas pelas suas competências artísticas.

Foi o director musical da Sinfónica do Oregon entre 1980 e 2003, transformando-a numa referência nacional em termos de orquestras. Também dirigiu orquestras em Tóquio, no Quebeque, Monte Carlo ou em Malmö, na Suécia, tendo uma carreira internacional de prestígio.

Em 2005, o então Presidente George W. Bush atribuiu-lhe a Medalha Nacional das Artes, tendo sido agraciado também várias vezes com doutoramentos honoris causaem países tão diferentes como a Finlândia ou o Japão.