La Paz, 3 dez (Prensa Latina) Uma delegação boliviana de alto nível presenciará hoje, na sede da Corte Penal Internacional, em Haia, Holanda, o julgamento entre Peru e Chile por um conflito de limites marítimos e, de passagem, fortalecerá sua demanda contra o último país.

A missão boliviana está presidida pelo embaixador do país andino na Organização das Nações Unidas (ONU), Sacha Llorenti, e pelo titular da Direção Estratégica de Reivindicação Marítima (Diremar), Juan Lanchipa.

Llorenti está acompanhado pelo embaixador da Bolívia nos Países Baixos, Roberto Calzadilla, e pelo presidente da Comissão de Constituição da Câmara de Deputados, Héctor Arce.

Segundo o vice-chanceler Juan Carlos Alurralde, os representantes bolivianos estarão hoje em Haia no início das argumentações, após terem partido de diferentes lugares para chegar a tempo ao local.

A delegação, segundo Alurralde, presenciará o início e desenvolvimento da fase oral do processo para determinar posições e fundamentos jurídicos que ajudem a fortalecer a demanda marítima da Bolívia perante tribunais internacionais contra o Chile, com a intenção de conseguir um acesso livre e soberano ao Oceano Pacífico.

A Bolívia perdeu em uma guerra com o Chile, no século XIX, 120 mil quilômetros quadrados e 400 quilômetros de extensão de litoral.

Desde então, os bolivianos sonham em recuperar uma saída soberana ao Pacífico, uma determinação incentivada por Evo Morales, desde que assumiu a presidência em 2006, que espera, no entanto, resolver o conflito pela via da diplomacia.

Chile e Peru, por sua vez, exporão nesta segunda-feira e amanhã seus argumentos oralmente, nos quais ambas as partes apresentarão suas posições perante os juízes que conformam o Tribunal Permanente de Justiça Internacional de Haia.

O Peru sustenta que os limites não estão fixados e busca que a Corte os estabeleça em uma linha equidistante à costa de ambos os países, com o que ganharia 35 mil quilômetros de mar sobre os quais atualmente o Chile exerce soberania.

Já o Chile defende que os limites ficaram fixados segundo os dois acordos assinados na década de 50 e que não há temas limítrofes pendentes entre ambos.