Um juiz penal paraguaio ratificou hoje a prisão de 14 camponeses da localidade de Curuguaty, palco no mês passado de um choque com a polícia durante um sangrento desalojamento que custou a vida de 17 pessoas.

Na ação policial faleceram seis agentes e 11 lavradores, estes últimos parte dos chamados “sem-terras”, que ocupavam umas parcelas de um latifúndio e reclamavam a irregularidade dos títulos de propriedade do beneficiário.

A ratificação da prisão ocorreu horas depois de uma comissão dos familiares das vítimas fatais pedir à Presidência da República a libertação dos encarcerados alegando sua ausência de responsabilidade nos acontecimentos.

Ali, prometeu-se acelerar o processo para poder tirá-los da cadeia e inclusive solicitaram a alguns prófugos que se encontram feridos a apresentação às autoridades lhes garantindo seus direitos.

No entanto, o juiz explicou em sua sentença que, além dos presos, existem imputações contra outros 36 camponeses sujeitos ao processo e se procuram 46 mais em situação de prófugos.

Ainda que o promotor do caso tenha pedido ao julgado a libertação de dois dos detentos, isso foi negado como apresentavam mostras de afetação em seus olhos por causa do gás lacrimogêneo utilizado pela polícia durante os incidentes e isso, de acordo com o juiz penal, é incriminatório.