Zé Fucim é um cachorro vira-lata que ganhou vida através das palavras, da imaginação e dos ideais do brasilei-ro residente em Londres, Bibiano Alex Rocha. Juntamente com os seus amigos, o herói canino participa, nos livros escritos por Bibiano, em aventuras que possuem uma mensagem poderosa de mudança do mundo e de aumento da justiça e da fraternidade, tudo através do exercício da cidadania.
As aventuras deste animal que promete fazer sucesso junto de crianças e adultos começou quando Bibiano se questionou sobre o facto de ser comum usar-se a expressão “cachorro” para ofender alguém. “Porquê, se os cães são os mais leais amigos do homem, são capazes de perdoar e de ficar com eles até ao final, não importa o que aconteça, sempre com amor. Então porque é que chamar alguém de cachorro é uma ofensa? Devia ser antes um elogio!”, defende o brasileiro. Por isso mesmo, no seu primeiro livro, Zé Fucim usa o seu super-poder (que é o facto de ter aprendido a ler e ter ganho conhecimento, poder esse ao alcance de qualquer pessoa, o que é uma importante mensagem para as crianças) para unir cães de todo o mundo e fazer aprovar uma lei que proíbe as pessoas de usarem “cachorro” como ofensa.
O nome de Zé Fucim foi pensado ao pormenor. “Ele é um cachorro vira-lata pois um vira-lata é uma mistura de raças. Assim, da mesma forma, todos nós somos uma mistura de raças, não faz sentido perguntar que raça és? A resposta devia ser só uma, sou da raça humana”, explica Bibiano, que escolheu o nome Zé porque significa “comum do povo” e Fucim porque é uma alteração da palavra focinho, dita com sotaque mineiro, mas também porque corresponde à sigla “Forças Unidas Contra as Injustiças do Mundo”. Outro aspecto que ajudou a definir o personagem foi a presença dos cães em todos os ambientes. “Encontram-se cachorros no colo da madame, mas também do lado do mendigo. Os valores nobres de fidelidade, amor e companheirismo estão presentes no comportamento do cachorro. Esses pontos ajudam a entender o personagem”, afirmou. Zé Fucim vai fazer o trabalho de repolitização através da conscientização.

Utilização nas escolas
Bibiano Alex Rocha nasceu em Manhuaçu, Minas Gerais, uma região com grandes tradições de luta revolucionária. Depois de seguir as pisadas do pai e de ser polícia com várias honras, Bibiano foi um revolucionário do Movimento Cívico dos Policiais Militares Mineiros em 1997 e publicou pela Scortecci o livro “Nos Bastidores da PM – O efeito de um ideal”, em 2006.
Agora, em Londres, pretende que o livro sobre Zé Fucim seja utilizado em palestras, trabalhos culturais, académicos e escolas, como, de resto, já aconteceu, quando a teoria do Zé Fucim foi utilizada por uma professora para criar uma ficha de trabalho para os alunos. “Proponho através do personagem Zé Fucim e sua turma oferecer aos leitores aventuras recheadas de informações relevantes, para explicitar um caminho para a conquista da cidadania, além da preocupação com o meio ambiente.
Pois, o livro, de forma clara, divertida e criativa, consegue transmitir uma compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação à vida pessoal, coletiva e ambiental. Nessa perspectiva é que foram incorporados valores como conhecimento histórico regional e global, ética, pluralidade cultural, meio ambiente, sociedade organizada, tudo através da participação coletiva, a começar pelo autoconhecimento, balizado pelo tripé: conhecimento, conscientização e atitude de cidadão”, conclui o brasileiro que, em Londres, tenta agora espalhar a sua mensagem e chamar a atenção aos poderes e editoras locais.

Video com imagens do Zé fucim participando da Marcha Mundial Pela Paz no Brasil: