Os “Parques de Estudo e Reflexão” ficaram conhecidos no mundo inteiro ao integrar o trajeto da Marcha Mundial pela Paz e a Não Violência, que terminou na cordilheira dos Andes, em janeiro do ano passado. O final da marcha aconteceu no Parque Punta de Vacas, na fronteira entre Argentina e Chile, e reuniu milhares de pessoas. Essa e dezenas de outras imagens estão presentes no livro “Parques de Estudo e Reflexão”, com lançamento marcado para o dia 6 de maio em São Paulo às 20h, na livraria HQ Mix. Além da venda do livro, será apresentada uma mini-exposição com fotos dos parques.

O livro foi coordenado pelos chilenos Tomás Hirsch e Rafael Edwards e reúne imagens feitas por fotógrafos de diversas nacionalidades. Os parques são espaços que integram um mesmo projeto, idealizado pela organização chamada A Escola, que se inspira na obra de Silo – Mário Rodrigues Cobos (1938-2010). Mesmo após o término da marcha pela paz, os parques continuam com suas atividades de estudo, meditação e oficinas, muitas das quais são abertas ao público. Além disso, foram criados outros parques, além dos 20 espaços iniciais que aparecem no livro.

“Os Parques de estudo e reflexão são lugares de encontro e irradiação de uma nova espiritualidade que rejeita toda forma de violência e discriminação e que apela a essa dimensão sagrada da mente humana para encontrar liberdade e sentido. Qualquer ser humano, seja quais forem suas crenças, pode participar desse caminho afetivo, comovente e experiencial”, diz Eduardo Gozalo, um dos idealizadores do parque Mikebuda (Hungria), no prefácio do livro.

Além dos ideais filosóficos, o diferencial desses parques é a sala de meditação, que é o ponto central desses espaços e traz um estilo de construção em formato semi-esférico feito com base na proporção áurea. Essa proporção é uma razão matemática existente nos elementos da natureza, com por exemplo no DNA, no comportamento da refração da luz, nas vibrações sonoras, nas espirais das galáxias e nas ondas do oceano.

Os parques também possuem bosques, centro de estudos, uma fonte e um monolito, que é um monumento de aço inoxidável. O lugar conta com bastante espaço entre as construções, pois os terrenos têm áreas entre 5 e 15 mil metros quadrados. Alguns são desérticos ou montanhosos (como Punta de Vacas – Argentina, Toledo – Espanha, Manatiales – Chile, Montecillos – Bolívia), outros arborizados (Kandharoli Ashram – Índia, Red Bluff – EUA, Belle Idée, França, Attigliano – Itália, entre outros).

**Parques no Brasil**

O primeiro parque brasileiro que integra esse projeto está localizado na cidade de Cotia, município da Grande São Paulo. Conhecido como Parque de Estudo e Reflexão Caucaia, o espaço foi inaugurado no final de 2008 e a partir deste ano começou a realizar atividades abertas para o público em geral. Outros dois parques estão sendo construídos no Brasil, um deles em Igarassu (Pernambuco) e outro em Maricá (Rio de Janeiro).

O parque oferece atividades aos finais de semana e em algumas datas específicas, como em maio, quando se comemora o Dia do Testemunho, ou em outubro, o dia internacional da Não Violência – nascimento de Mahatma Gandhi. A próxima atividade aberta será no dia 15 de maio (ver site [www.parquecaucaia.org.br](www.parquecaucaia.org.br)). Além disso, são realizadas atividades de reflexão da corrente denominada A Mensagem de Silo, seminários de formação baseada nos princípios do Novo Humanismo e atividades da oficina de materiais (barro, cerâmica, metais, etc).