Como parte das atividades para promover a campanha “Alternativas para superar a violência econômica”, o Partido Humanista brasileiro organizou a visita do economista argentino Guillermo Sullings a São Paulo. Membro da equipe mundial do PH Internacional, ele foi candidato à presidência da Argentina nas últimas eleições gerais. Autor do livro “Economia Mista”, Sullings defende um novo modelo econômico para substituir o atual sistema que está, segundo ele, em uma crise estrutural cada vez mais profunda.
Em uma palestra na Câmara Municipal de São Paulo no dia 11 de junho e um encontro no Parque de Estudo e Reflexão Caucaia, em Cotia na Grande São Paulo, no dia seguinte, dezenas de membros e simpatizantes do PH no Brasil tiveram a oportunidade de tomar contato com suas propostas e visões. Leia a seguir trecho de um artigo publicado em Pressenza em Espanhol:

“A falta de distribuição de riqueza no mundo é a principal fonte de violência econômica. As monstruosidades geradas pela desigualdade se deve à crescente apropriação da renda pelo capital, pela exploração dos trabalhadores e, sobretudo, pela exclusão gradual de milhões de pessoas no mercado de trabalho. Apesar de um tema extremamente conhecido, não posso deixar de citar alguns números que nos permitem fazer um diagnóstico que leve às causas reais da desigualdade e que permita descartar falsas soluções.
Segundo o último estudo realizado pela ONU-WIDER (Word Instituto para o Desenvolvimento da Economia da Universidade das Nações Unidas), podemos ver alguns dados significativos. Os 2% dos mais ricos adultos do mundo possuem mais da metade da riqueza das famílias global. Enquanto 10% concentram 85% da riqueza. Cerca de 90% da riqueza está concentrada na América do Norte, Europa e países de alta renda da Ásia-Pacífico. América do Norte detém 34% da riqueza, a Europa tem 30%, Japão, Coreia, Taiwan e Austrália 24%. Apenas 4% estão na América Latina. China, 3%, o resto da Ásia Pacífico, 3%, África, 1% e Índia, 1%.

Mas isto não é tudo, porque quando se fala dos 10% que ganham mais na população, poderia se pensar que se está falando de pessoas muito ricas; contudo, em vários países latino-americanos, é possível “ingressar no clube” dos 10 % que mais ganham, com menos de 1000 dólares mensais. Porque as grandes rendas somente aparecem entre os 2% mais ricos da população, por isso que a estatística desagregada costuma enganar. E tudo isso é muito importante na hora de estudar a forma de redistribuir o ingresso.
Em última instância é um panorama desolador, com a metade da população mundial obrigada a subsistir com 2 dólares diários, e muitos com menos”.