Em São Paulo, alunos da USP comemoraram o lançamento da Marcha Mundial Pela Paz e a Não Violência durante dois dias. Em 1º de outubro, quinta-feira, o já tradicional happy hour da Escola de Comunicaçãoes e Artes (ECA) ganhou subtítulo para festejar o início da Marcha Mundial. A Quinta & Breja “Não Violência é força” teve direito a show de encerramento, com o Trio Kizumba – Vilmar Filho (baixo e voz), Txai Brasil (violão e voz) e Duda Girardi (percussão e voz).

No dia seguinte, dois blocos de atividades aconteceram simultaneamente na USP. Um deles, focado no lazer e com a participação do Projeto Liberdade Capoeira, que mostrou toda a beleza da arte marcial afro brasileira. Assim, quando seus movimentos são usados como forma de agressão, violando um dos mandamentos da prática, já não recebe o nome de Capoeira.

O segundo bloco de atividades teve caráter mais acadêmico, começando com a exibição do documentário “O que é a Não Violência Ativa”, que foi seguido pela mesa redonda “A Não Violência como metodologia de ação e forma de resolução de conflitos”, com a participação do professor da Faculdade de Direito da USP, Guilherme de Almeida, a professora Nádia Maria Bádue Freire (coordenadora do grupo de estudos “Educação para a Paz e Tolerância” do Laboratório de Psicologia Genética da Faculdade de Educação da Unicamp) e da porta-voz de da Marcha Mundial por São Paulo, Flávia Estevan.

Documentário e mesa redonda se complementaram na abordagem da não violência. “O que é a Não Violência Ativa” tratou o tema como uma questão que transborda o aspecto físico, pode ser reconhecida em uma agressão econômica, racial, religiosa etc., e, a partir da apresentação das principais correntes que pregam esta prática, esclarece que a não violência é uma filosofia de vida e uma metodologia de ação, e não uma opção pela passividade. Seguindo este norte, a mesa redonda expôs o tema a partir de dois pilares da sociedade, com a fala da professora Nádia Maria Bádue Freire, tratando na questão no campo educacional, e a explanação do professor Guilherme de Almeida, que tratou a questão sob a ótica dos Direitos Humanos e da Justiça.

Por fim, Flavia Estevan trouxe a Marcha Mundial como catalisador do desejo de implementar a não violência em todos os setores da sociedade. Em conversa sobre o evento, a porta voz da MM em São Paulo fez o seguinte comentário: “Fica evidente, após ouvir as exposições, que a necessidade de mudança nos valores da nossa sociedade é urgente, e a Marcha é o levante do pedido mundial por essa mudança e por essa nova consciência não violenta que já é estudada, pensada e vivida por uns poucos no mundo atual. Queremos que, agora, seja uma realidade para muitos!”