Parecer de grupo de trabalho é “vitória significativa que me faz sorrir” e reabilitação completa, diz fundador do Wikileaks. Londres e Estocolmo rejeitam decisão, e chanceler britânico diz que ela é “ridícula”.

O fundador do Wikileaks, Julian Assange, pediu nesta sexta-feira (05/02) ao Reino Unido e à Suécia que apliquem a decisão de um grupo de trabalho da ONU que considerou a sua detenção arbitrária e apelou pela sua libertação.

“Cabe agora à Suécia e ao Reino Unido aplicar o veredicto”, disse Assange, através de uma videoconferência com representantes da imprensa, na embaixada do Equador em Londres. Ele está refugiado na representação diplomática desde junho de 2012, por receio de ser extraditado para a Suécia, onde é acusado de crimes sexuais, e de lá para os Estados Unidos, que querem julgá-lo pela divulgação de milhares de documentos confidenciais.

A decisão foi “uma vitória significativa que me fez sorrir”, disse Assange, acrescentando que a decisão da ONU significa uma reabilitação completa e é legalmente vinculativa. Um porta-voz da ONU, Xavier Celaya, afirmou que a decisão em si não é vinculativa, mas indiretamente sim. Segundo, ele os países não têm obrigações para com o grupo de trabalho, mas têm em relação às convenções e às suas próprias leis e compromissos, motivo pelo qual a decisão seria indiretamente vinculativa.

A decisão do Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária da ONU foi rejeitada pelo Reino Unido e pela Suécia. O governo sueco afirmou, em carta enviada à comissão da ONU, que não concorda com o parecer, acrescentando que o governo sueco não pode interferir num caso em andamento na Justiça do país.

“Assange é livre para deixar a embaixada a qualquer momento “, disse o ministério do Exterior da Suécia. “Assange não está sendo privado de sua liberdade devido a qualquer decisão ou ação tomada pelas autoridades suecas.”

O governo britânico rejeitou categoricamente a decisão do grupo de trabalho da ONU. “Isso não muda nada. Nós rejeitamos categoricamente a afirmação de que Julian Assange é vítima de uma detenção arbitrária”, afirmou o Executivo britânico. O ministro britânico do Exterior, Philip Hammond, afirmou que a decisão é ridícula.

Assange disse considerar esse comentário “abaixo do nível” de um ministro do Exterior e um insulto à ONU.

Por sua vez, o ministro equatoriano das Relações Exteriores, Ricardo Patiño, afirmou que “já está na hora de libertarem” o fundador do Wikileaks, em declarações à emissora Telesur.

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wn.

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