Jovens fecharam a Avenida Paulista e seguiram em passeata até a sede da Secretaria Estadual da Educação, na Praça da República.

por Redação Rede Brasil Aual | publicado 06/10/2015

ão Paulo – Estudantes de cerca de dez escolas estaduais de São Paulo fizeram hoje (6) nova manifestação contra a reorganização dos ciclos, proposta pelo governador Geraldo Alckmin. O projeto pretende rever os ciclos educacionais, e com isso, cerca de mil escolas podem ser fechadas, de acordo com estimativa do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp).

O coletivo criou uma página no Facebook com nome de Não Fechem Minha Escola e se organizou pela rede social. O grupo seguiiu em passeata desde a região da Avenida Paulista até a sede da Secretaria Estadual da Educação, na Praça da República, centro da capital. Tentou, sem sucesso, reunião com o secretário Herman Voorwald.

A Rádio Brasil Atual, em reportagem de Camila Salmazio, conversou com a estudante Letícia da Conceição, do 2º ano do ensino médio, que aponta os malefícios da reorganização. “Batalhei para chegar em uma escola onde tem um estudo decente. Antes, estava em uma escola esquecida pelo governo. Não vou aceitar calada.”

A partir da reorganização, alunos que possuem irmão em idades distintas não poderão compartilhar a mesma escola. “Como ficam as crianças que vão juntas para a escola?”, questiona Letícia.

A aluna do 1º ano do ensino médio, Nicole Sultanun, será obrigada a mudar de escola. A unidade onde estuda vai passar a atender apenas o ensino fundamental 2, do sexto ao nono ano. “Estamos lutando porque gostamos da nossa escola. É uma covardia”, critica.

Outra estudante presente, Vitória Tavares, denúncia a grave situação de sua escola, em Carapicuíba. “Não tem água nem merenda. Os diretores chamam caminhões pipa para encher a caixa. Em certo dia, mesmo sem água e com calor não nos dispensaram. Muitos alunos estavam passando mal”, disse.

Levantamento parcial realizado pela Apeoesp em algumas regiões do estado já indica que 86 escolas estaduais serão fechadas no chamado processo de reorganização. Segundo a entidade, que continua a realizar o levantamento, muitas diretorias de ensino ainda não completaram a lista das unidades a serem fechadas ou desmembradas. Em todas as regiões do estado continuam a ocorrer atos, caminhadas e mobilizações de professores, funcionários, pais e estudantes. Na capital e Grande São Paulo as mobilizações são diárias. Ontem, ocorreram em Mauá e Itaquaquecetuba. A Apeoesp contesta os argumentos do governo estadual e não vê nenhuma “justificativa pedagógica para a confusão”. O objetivo do governo, avalia o sindicato, é “enxugar a máquina; em suma, cortar gastos, ainda que isso signifique negar o direito à educação de qualidade para milhões de crianças e jovens”.

Ouça reportagem da Rádio Brasil Atual:

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