Presidentes de Cuba e EUA realizaram sua primeira reunião bilateral desde a abertura das embaixadas em julho passado após 50 anos de relações rompidas.

Nações Unidas, 30 set (Prensa Latina) O palco de aproximação entre Cuba e Estados Unidos motiva comentários favoráveis de líderes mundiais que intervêm no debate da Assembleia Geral, o qual entra hoje em seu terceiro dia.

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Desde a África, Europa e América, ao redor de uns vinte chefes de Estado ou de Governo têm celebrado em seus discursos a restauração de relações diplomáticas e a abertura de embaixadas em Havana e Washington, ainda que muitos têm recordado que se mantém o bloqueio norte-americano como principal obstáculo.

“Nossa região, onde reina a paz e a democracia se alegra do estabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos e com esta ação se põe fim a uma política da guerra fria que deve terminar com o fim do bloqueio a Cuba”, afirmou a presidenta brasileira, Dilma Rousseff.

Por sua vez, a presidenta da Argentina, Cristina Fernández, considerou o novo palco “uma vitória especial de Cuba”, ainda que reconheceu o governo estadunidense “que finalmente abrisse a cabeça e que as coisas não podiam continuar assim”.

Outros chefes de Estado latino-americanos e caribenhos destacaram a aproximação, como o mexicano Enrique Peña Nieto, o venezuelano Nicolás Maduro, o dominicano Danilo Medina, o equatoriano Rafael Correia e o uruguaio Tabaré Vázquez.

A sua intervenção no palco da Assembleia Geral, o premiê de San Vicente e as Granadinas, Ralph Gonsalves, afirmou que “os presidentes Raúl Castro e Barack Obama têm demonstrado uma coragem louvável ao trabalhar juntos para superar nos últimos anos de inimizade e desconfiança mútua”.

Para a mandatária chilena, Michelle Bachelet, trata-se de um passo histórico, que demonstra a forma civilizada de resolver as diferenças.

Desde outras regiões também se realçou aqui a retomada de vínculos diplomáticos, materializados em 20 de julho, quando Havana e Washington converteram ademais suas seções de interesses em embaixadas.

Tem tido várias novidades no panorama político e geográfico que alentam a um mundo mais seguro. Uma destas é o início das relações entre Cuba e Estados Unidos, advertiu o líder namíbio Hage Geingob.

Os presidentes de Libéria, Ellen Johnson Sirleaf; Seychelles, James Alix Michel; Moçambique, Filipe Nyusi; África do Sul, Jacob Zuma, e Portugal, Aníbal Cavaco, junto ao premiê da Itália, Mateo Renzi, celebraram o acontecimento.

Tanto Raúl Castro como Obama abordaram o novo palco bilateral em seus discursos ante a plenária dos 193 estados membros da ONU.

Ambos reiteraram a vontade de manter o processo de aproximação após à normalização de vínculos, apesar das profundas diferenças entre os dois países.

O líder cubano fez questão de que não poderá ser falado de relações normais enquanto persistam o bloqueio imposto por Washington durante mais de meio século, a ocupação do território de Guantánamo pela Base Naval norte-americana e atos hostis como as transmissões ilegais de rádio e televisão e os planos desestabilizadores.

Em declarações à Prensa Latina, a secretária executiva da Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal), Alicia Bárcena, destacou a retomada de vínculos entre Cuba e Estados Unidos, um passo que considerou importante para a região.