Objetivo da mobilização é denunciar violações do governo nacional durante a greve agrária de 2013.

Do Colômbia Informa

Com a chegada de cerca de 5 mil camponeses a cidade de Bogotá, capital colombiana, iniciou-se a Jornada de Indignação Camponesa, Étnica e Popular, que pretende denunciar as violações do governo do presidente Juan Manuel Santos em relação à greve agrária de 2013. Além disso, a Cúpula Agrária (em espanhol, Cumbre Agraria), organizadora da atividade, realizou uma reunião com parlamentares federais, que se ofereceram como interlocutores entre movimentos populares e governo. A Jornada de Indignação começou no último domingo (30) e vai até o próximo sábado (5).

O representante da Coordenação Nacional Agrária, Ricardo Herrera, manifestou que “como movimento social, nos mobilizamos em função do descumprimento dos acordos firmados entre governo nacional e a Cúpula Agrária, em 8 de maio de 2014, com o decreto 870. Estamos indignados por isso e pela aprovação do Plano Nacional de Desenvolvimento, construído para promover o despejo de comunidades. Indignados pela injustiça deste país, indignados pela falta de participação das organizações sociais e populares em todo o processo de construção da paz e no de políticas públicas no país”.

No ato de abertura da Jornada de Indignação, também se pronunciaram organizações nacionais como Marcha Patriótica, Associação Nacional de Zonas de Reserva Camponesa (Anzorc), Coalização Movimentos Sociais (Asonalcam), Congresso dos Povos, entre outras.

Os participantes também receberam uma saudação das integrantes do Congresso dos Povos que estão presas no presídio Buen Pastor, em Bogotá. Elas são consideradas perseguidas políticas pelas organizações sociais. Outra fala foi de uma das lideranças da Marcha Patriótica, presa em razão de sua participação nas mobilizações agrárias de 2013, Ingrid Pinilla, que animou os participantes da mobilização a continuar construindo alternativas frente ao governo.

A jornada se realiza paralelamente em outras regiões, como o Baixo Cauca Antioquenho, Chocó, Sul de Bolívar, Arauca e Sudoeste do país.

Respaldo institucional

Antes da instalação oficial do evento, um grupo de congressistas do partido Polo Democrático Alternativo, conformado por Alirio Uribe, Alberto Castilla, Senén Niño y Alexander López, junto com a participação de parlamentares do Partido Verde – Partido Verde, Ángela María Robledo – se dispuseram a acompanhar o processo e servir de mediadores em relação às exigências dos camponeses.

Sobre isso, um dos representantes da organização Congresso dos Povos (em espanhol, Congreso de los Pueblos), Eduardo León, informou ao Colombia Informa: “tivemos uma reunião com parlamentares do Polo Democrático e do Partido Verde. Lá, apresentamos o contexto sobre os objetivos desta Jornada. Os congressistas respaldaram a iniciativa e concordamos que eles desempenharão o papel de garantir o acontecimento das Jornadas”.

O senador Alberto Castilla, em relação à intenção e aos acordos da reunião, afirmou: “nos reunimos com a finalidade de socializar e medir o apoio na interlocução e exigência das garantias desse processo, do qual participam cinco parlamentares. Definimos acompanhar as atividades da Cúpula, a princípio, e vamos buscar a outros parlamentares para respaldar a mobilização.”

Do mesmo modo, o senador Castilla fez referência aos elementos que a Cúpula Agrária argumenta para convocar a esta nova mobilização social: “desde o início da negociação, a Cúpula propôs a construção de uma comissão de garantias e de direitos humanos. O governo descumpriu e isso motiva novamente as e os camponeses à mobilização. Agora, é muito importante esclarecer que a Cúpula solicitou participação na construção de uma política pública para o campo, no entanto, o governo não permitiu”.

Fonte: Brasil de Fato