Lima, 17 maio (Prensa Latina) Organizações sociais convocaram hoje uma paralização geral de 48 horas em seis das 25 regiões peruanas, contra o projeto mineiro Tia María e recusaram a pausa de 60 dias aberta para dialogar sobre sua viabilidade.
Uma assembléia de organizações de Arequipa, Puno, Moquegua, Tacna, Cusco e Apurímac acordou paralisar trabalhos em todo o sul de Peru nos dias 27 e 28 de maio, em resposta à greve iniciada há 54 dias por uma frente social do Vale do Tambo, em rejeição ao citado projeto da multinacional Southern.

A reunião realizou-se durante mais de cinco horas na cidade de Arequipa, localizada a 1025 quilômetros ao sul daqui e capital da região do mesmo nome na que se localiza o Vale do Tambo, ao dia seguinte que o presidente Ollanta Humala demandasse à empresa que tome medidas para aliviar a tensão, depois do qual esta propôs a pausa.

Tanto a empresa como o governo consideram que a virtual trégua deve servir para informar melhor aos grevistas, ainda que estes continuam em paralização na zona do conflito, que tem deixado dois civis e um polícia mortos, milhares de policiais e militares ainda são enviados a controlar a situação.

Porta-vozes da reunião de organizações sociais sulistas disseram que a paralisação proporá também as demandas da cada região e terá caráter preparatorio da paralização nacional convocado para julho pela Confederação Geral de Trabalhadores, informou o dirigente de Arequipa José Figueroa.

De outro lado, o presidente da Junta de agricultores do Vale do Tambo, Jesús Cornejo, disse que os grevistas não estão de acordo com a suspensão da Tia María e exigem o cancelamento definitivo, por ser uma ameaça para o meio ambiente e a agricultura da região.

“Se apenas suspende-se o projeto, daqui a um tempo reviverá o conflito com mas perdas humanas”, assinalou recordando que em 2011 houve protestos similares contra Tia María com um saldo de três civis mortos.

Segundo Cornejo, “o governo e a empresa devem anunciar a cancelamento definitiva para que retorne a paz e se desenvolva a agricultura” e confirmou que a greve por enquanto continua, ainda que os dirigentes vão a dialogar se o governo os convoca.

Manifestou que a paralização indefinida em Islay e Cocachacra continuará até que o presidente Ollanta Humala peça perdão ao vale do Tambo por não poder cumprir seu compromisso de respeitar a decisão do povo. Agregou que assistirão se são chamados pelo Executivo para dialogar.

O secretário geral da Federação Departamental de Trabalhadores de Arequipa, Gerónimo López, respaldou a exigência dos grevistas de cancelar o projeto em lugar de abrir o que chamou “uma enganosa pausa” e sustentou que o governo se submete à multinacional Southern.

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