Mais de 150 Estados estão reunidos em Viena para uma conferência global sobre Armas Nucleares

(8 de dezembro de 2014, Viena), Demonstrando o crescente apoio da comunidade internacional, representantes de mais de 150 Estados estão reunidos em Viena, Áustria para a terceira conferência internacional para examinar as consequências humanitárias das armas nucleares.

Antes da reunião governamental, mais de 500 ativistas participarão do grande encontro da sociedade civil sobre um tratado para proibir as armas nucleares.

“Nós estamos mais perto do que nunca em começar negociações de um tratado para proibir as armas nucleares”, disse Beatrice Fihn, Diretora Executiva da Campanha Internacional para Abolir as Armas Nucleares. “Nós estamos confiantes que os governos encontrarão a coragem para um processo diplomático para desenvolver um novo tratado internacional para banir as armas nucleares”, disse Fihn.

Conferências anteriores deste processo que ocorreram na Noruega e México concluíram que não é possível qualquer resposta adequada se uma ou mais armas nucleares seja destonada, seja de maneira intencional ou por acidente.

Tais conversações tem representado um exercício coletivo de reformulação da mudança fundamental na forma de como armas nucleares são discutidas internacionalmente.

A reunião de Viena vai ser a primeira vez que uma conferência intergovernamental vai ter um foco nos sobreviventes dos testes nucleares, os que testemunharam sobre os efeitos no longo prazo na saúde humana de uma detonação nuclear.

“As evidências apresentadas durante este processo têm sido significativa. O impacto das armas nucleares é muito pior do que era anteriormente conhecida e o risco do seu uso é maior do que os governos admitiam”, comentou Thomas Nash, representante da ICAN e diretor da ONG Article 36, sediada em Londres. “Nós esperamos que os Estados respondam a esta evidência lançando um processo em direção a proibição das armas nucleares em tempo do aniversário de 70 anos dos bombardeios nucleares em Hiroshima e Nagasaki no próximo agosto, lembrou Nash.

Dos 150 Estados que irão participar na conferência de Viena, Estados nuclearmente armados como Reino Unido e os Estados Unidos que anteriormente haviam boicotado as conversações deste processo vão participar da mesma forma que Índia e Paquistão.

“Mesmo aqueles Estados que desprestigiaram estas conferências as denominando de “distração” em alguns meses atrás mudaram suas percepções e estão vindo a Viena para discutir as consequências inaceitáveis das armas nucleares. Ninguém pode agora ignorar esta iniciativa humanitária das armas nucleares. Este precisa ser o ponto de início para todas as discussões sobre armas nucleares no futuro”, disse Ray Acheson da ICAN e da Women’s International League for Peace and Freedom.

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A conferência austríaca é o último passo no processo que tem mudado a forma como armas nucleares são discutidas no cenário internacional. Desde 2012, quando Estados Partes do Tratado de Não-Proliferação reconheceram as ‘catastróficas consequências humanitárias de qualquer uso de armas nucleares”, uma nova linguagem emergiu com a qual os atuais efeitos destas armas estão sendo a base de uma nova ação focada nestas armas. O movimento da Cruz Vermelha, agências acreditadas pelas Nações Unidas, sociedade civil e a maioria das nações do mundo têm endossado esta iniciativa humanitária. Em outubro, 155 Estados aderiram ao pronunciamento da Nova Zelândia nas Nações Unidas identificando que “as catastróficas consequências das armas nucleares precisam estar presentes em todas as formas e esforços em busca do desarme nuclear”

Parte dos representantes da sociedade civil irão participar da Conferência em Viena, em especial os sobreviventes de Hiroshima (“Hibakusha”) Stsuko Thurlow, e pela primeira vez vários sobreviventes de testes nucleares incluindo Karipbek Huyukov, vão prover um testemunho de sua experiência de sobreviver a uma exposição nuclear. O renomado autor do “Command and Control” Eric Schlosser e antigo oficial militar norte-americano Bruce Blair vai demonstrar os riscos das armas nucleares, cálculos equivocados e acidentes. Camille Francois da Harvard Law School Berkman Center for Internet and Society e Columbia University vai discutir as dificuldades de assegurar as instalações nucleares de ataques cibernéticos. O Presidente da CICV Peter Maurer e o Ministro das Relações Exteriores Sebastian Kurz irão introduzir o impacto humanitário das armas nucleares.

Entrevistas

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